terça-feira, 22 de dezembro de 2009

O anjinho

por Ju Blasina
* Ilustração em breve.




Na véspera do sétimo Natal de sua vida, ela carregava em silêncio o peso das asas falsas. Noites antes, ouvira da mãe que deixaria de ser um anjinho. E as verdadeiras asas sequer haviam crescido. Desde então, só pensava em evitar o triste fim, mas como? Ao soar o sino, aproveitou-se da confusão do presépio e fugiu. Dias depois, achou-se a auréola num terreno baldio. Descobriu-se a duras penas que não é raro e nem difícil tornar-se anjo para sempre.

4 comentários:

Velho Barbudo disse...

Nossa, como ficou bom... Forte e macabro, mas muito, muito bom.

Anne Caroline Quiangala disse...

Sua sutiliza, no terror, sempre me surpreende.

(é um elogio hahaha)

Tyr Quentalë disse...

Concordo com o Velho... É um texto forte e muito bom. Um curta que se fosse transformado em película, chocaria as pessoas.

Ju Blasina disse...

Eu ainda não entendo de que buraco negro do meu ser emergiu esta inspiração em plena véspera de Natal... Confesso que isso me assusta!

Brumas Negras

Um mundo que gera tanto fascínio quanto temor.