por Ju Blasina
Vou te cortar lentamenteCom a lâmina das minhas angustias
Pouco afiada – mal mirada – dor alargada
Vou te cortar diariamente
Lenta e eternamente
Deixo a ti, a porta aberta
Deixo a ti, a chave incerta
Fecho os olhos, pouco alerta
Prendo a inspiração e a respiração
Ainda sinto o cheiro da tua transpiração
Tu não partes
Junta as partes e permanece ali
Preso a mim, presa a ti
Cordeiro do sacrifício
E novamente te toco
Como ferro em brasa
Penetro – faço de ti minha casa
Te mordo, te marco, te sofro, te rasgo
Pouco a pouco apago a vida em ti
O brilho dos teus olhos – opaco
O grito dos teus lábios – já fraco
E tudo o que resta – um naco
Daquilo que um dia sorriu em ti
Vou de cortar lentamente
Em muitas partes, em muitos ramos
E se te corto é porque te amo
E só me alimento de ti
Vou de cortar lentamente...
8 comentários:
Sensível, poético, malévolo (?), apaixonante e, claro, sublime. Parabéns "Storyteller-girl" Blasina.
"Storyteller-girl" Essa é boa! Obrigado (?) risos
Sim, sim é um elogio...dos bons (creio eu) hasuahsuashuash
"Storyteller-girl" é quase um código interno, hehehe. E é um dos melhores elogios possíveis! Bem merecido, devo dizer, porque é a melhor poesia "do gênero" que eu já li. Parabéns.
Opa! Entoces eu deveria dizer: Muuuito Obrigado! O que no meu "internamente" significa Yupis acompanhado de Ufas - sim, sim, menina sonoplasta eu... O que em letras significaria... "onomatopéica"? risos
picadinhos do ser amado servido ao molho madeira? rs
Interessante, apesar de parecer algo psicótico de uma estranha obsessão.
"psicótico de uma estranha obsessão" euri Rúbia ^^'
Na verdade, na verdade... o psicótico está, ou não, na mente por trás dos olhos que o lê. Quando eu escrevi este poema, a linguagem foi apenas uma metáfora para a total entrega (até bem romântica), mas, uma vez que ganhou o papel e este um arquivo digital, perdi o poder sobre ele ! A interpretação é livre e já não importa mais o que "diabos" eu quis dizer, só importa o que está dito ;)
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