quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Ad augusta per augusta

O silêncio cai sobre o mundo.
Medo, incerteza, insegurança, tudo cresce à medida que os olhares se voltam para cima.
Uma batida, duas e lamúrias aumentam junto ao desespero.
Não eram tambores que prenunciavam uma guerra.
Mas o bater de milhões de corações compassados em uníssono.
Mãos se fecham ao redor das armas.
E então o rugido...
Silêncio quebrado.
Gritos mesclando aos tinires de espadas, lanças e tantas coisas mais.
Sombras lançadas pelas asas de quatro anjos.
E o mundo mergulha em um mar de sangue e trevas.
Não há mais paz e obediência cega.
Há fúria e ódio, e não resignação completa.
Corpos rasgados, almas dilaceradas, maldições rogadas.
Lágrimas derramadas na mais pura vergonha, enquanto outros seguem seu caminho.
Seu único caminho proferido por aqueles que ainda são cegos.
Ao findar da batalha, perdas imensuráveis.
E tudo que Ele queria era ouvir de seus filhos:
- Fiat voluntas Tua.
Que aqui traduzo da forma que vocês tolos mortais conhecem como:
- Seja feita a Vossa vontade.

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N.E.:
Ad augusta per augusta - Através das dificuldades (augusta) é que se chega aos grandes resultados (augusta): Todos os grandes feitos exigem grandes sacrifícios.

3 comentários:

  1. Muito bom e poético, adorei. Vou até mostrar para um amigo que resolveu criar um poema épico em homenagem a mim e às guerras dragonslayers ^_^

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  2. Intenso. Seco e envolvente ao mesmo tempo. Como 'tem' de ser...

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  3. Woa, eu, o amigo que está fazendo o poema, agradeço a oportunidade de ler este texto ^^ Gostei do modo como foi apresentado esta imagem do "fim", tra'gica e melancólica, mas bastante emotiva, violenta. Tento colocar algo assim no poema que faço, mas também algo lúdico, para atrair o espectador (pois é como uma trova, penso até em colocar um estribilho e deixar mais musical). ^^ gostei, vou procurar rever.

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