segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Batalhas - Primeiro Ato.

Estavam eles, frente a frente.
Os olhares flamejantes de ódio, decepção.
As mentes pensando nos locais que deviam ser atingidos.
Não havia lanças ou espadas.
Sequer cavalarias e batalhões.
Ali a maior arma eram as palavras e uma a uma foram vociferadas.
Acusações que mostravam o ponto de vista.
Ângulos distorcidos de um prisma.
Golpes dados, feridas abertas e as peças se moviam.
Rangeres de dentes, corpo tremendo naquela que iniciara a guerra.
Lágrimas amargas, silêncio aos lábios, pois sabia que aquela batalha estava vencida de forma estranha.
Do outro lado, coração amargurado, um tanto quanto decepcionado, mas em uma pose mais austera.
Quem havia vencido?
Ninguém sabe.
Mas aqueles brados reverberam, tomam formas, ganham garras.
O veneno foi espalhado.
Muitos, atingidos.
E mesmo exausta no campo de batalha, ela suspira e murmura:
- Ainda chegará o dia, mas não hoje, não agora.
O veneno se espalha e apenas no futuro, certos vociferares de cautela, serão relembrados.
Não por ela, mas por quem foi atingido.